"Temos 'e-books' em 'software' aberto"
AGREGADOR NACIONAL, CONSIDERADO O TERCEIRO EM TERMOS EUROPEUS, A MARKA "AGILIZA" O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE 'E-BOOKS'. UMA REVOLUÇÃO TRANSFORMADA EM NEGÓCIO. MAIS UM 'HI-TEC BUSINESS' COM NINHO EM AVEIRO.
Já andou desesperadamente à procura de um livro? Com toda a certeza que já viveu essa situação. Pois bem, existe em Portugal uma entidade criada para responder a essa necessidade. A Marka, agregadora digital, disponibiliza qualquer livro em apenas algumas horas. Como? Basta ligar, pedir uma determinada obra e, num curto período de tempo, o livro está disponível para leitura. Melhor? Não tem que pensar no casamento perfeito entre produto e dispositivo, já que o 'software' é aberto (a autêntica dor de cabeça de quem já aderiu às leituras electrónicas). Com 130 mil títulos disponíveis e centenas de obras e conteúdos à distância de um 'click', esta entidade, tem como ninho a Universidade de Aveiro e constitui já uma solução revolucionária no mundo real, pautada, cada vez mais, pelo digital. Manuel Gonçalves Neves , CEO e mentor da Marka,explica como funciona o projecto e também a dinâmica 'e-books'. A entrevista poderá ser vista na íntegra no ETV .
Como é que interpreta a declaração de vendas da Amazon que afirma que vende, hoje, nos EUA, mais livros digitais do que em versão papel?
Basicamente o fenómeno começou pelo apoio que a própria Amazon dava sobre o preço dos 'e-books'. Isto é, o 'e-book' tornou-se artificialmente barato na Amazon para introduzir o leitor Kindle, que é deles, e que é um leitor físico e também restrito às compras da Amazon. Muitos editores estão agora a retirar os títulos por causa disso. Foi uma estratégia comercial da Amazon muito boa e que introduziu o fenómeno 'e-books' de forma muito mais rápida no mercado.
Como está Portugal a aderir às compras de 'e-books'?
Que eu saiba mal. Mas o livro físico também está mal. As vendas estão mal.
Em que consiste o eLoan?
É um sistema de gestão de bibliotecas digitais. Nós desenvolvemos uma plataforma só para bibliotecas, no sentido académico e mesmo de empresas. Temos, por exemplo, duas bibliotecas de empresas que tomamos conta e que asseguramos e outras municipais também. Nesta plataforma nós também colocamos gratuitamente 'e-books' nas bibliotecas portuguesas e, a partir daí, os alunos e os utilizadores, de uma forma geral, vão buscar o 'e-book' de acordo com as condições que o editor e a biblioteca especificam. Tudo isto é transparente. É como se fossem buscar um livro físico, mas neste caso é electrónico e podem ficar com ele, em média, cinco dias. Depois disso a biblioteca passa a poder empresta-lo novamente. E nós gerimos essa parte toda para as bibliotecas.
Que universidades já têm?
Posso adiantar-lhe que a Faculdade de Economia do Porto e Instituto Politécnico de Leiria aderiram a semana passada. De momento, temos cerca de 18 propostas para bibliotecas académicas, quatro empresariais e duas são municipais.
E lá fora?
Trabalhamos com duas universidades na Austrália e também com duas em Inglaterra (Business School). Estamos também a negociar com três universidades na Alemanha e duas em Espanha.
LIVROS escolhidos pelo entrevistado:
"Digital Dilemmas and Solutions" (Chandos Publishing) de Peter Lim;
"The Digital Age and Local Studies" (Chandos Publishing) de Peter H. Reid
(Publicado a 30.09.2011 no DE)