Empreendedores na primeira pessoa
1º caso
Um biólogo especializado em microbiologia olha para borras de café e pensa num negócio. Estranho? Talvez, mas foi o que aconteceu a João Cavaleiro, 32 anos, mentor do projecto empresarial Gumelo. Licenciado em Biologia pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, o jovem empreendedor iniciou o percurso profissional como bolseiro de investigação científica. A entrada no mundo empresarial não tardou e depressa passou a coordenar um departamento de controlo e qualidade alimentar num laboratório privado.
O espírito empreendedor, o bichinho do "negócio próprio" que, assume, "existe em mim desde a infância", falou mais alto e um dia, depois de ler um artigo científico sobre ensaios no México sobre o cultivo de cogumelos em resíduos produzidos pela indústria de café, pensou: "É uma grande ideia!". Pesquisou, trabalhou e produziu uma fórmula que permite agora produzir cogumelos a partir de borras de café. Foram dois anos de trabalho intenso, 730 dias que resultaram na criação de um substrato estável para produzir cogumelos.
Da descoberta à procura de apoios para criar uma microempresa foi um pulo. Contando com o Apoiar Micro (programa de incentivo da Região de Santarém), Cavaleiro iniciou o seu projecto de produção. Uma ideia que, tal como todos os produtos, precisa de imagem, marketing, embalagem, gestão comercial e financeira. Tiago Marques e Rui Apolinário entram depois no projecto e ajudam a desenvolver o conceito. E é assim que, há já um ano, a Gumelo é uma marca, nascida em Almeirim, ecológica na forma e conteúdo, inspirada numa leitura científica, realizada por um biólogo que continua a escrever artigos de ciência e que ousou converter ideias e resíduos em números.
A Gumelo, que conta hoje com três sócios, emprega um trabalhador a tempo inteiro e dois em 'part time'. Fundada com um investimento inicial de 20 mil euros (100% capitais próprios), ocupa hoje uma área de 150 metros quadrados, factura 100 mil euros e tem, para já, Espanha, Norte da Europa e América do Sul como mercados a conquistar no curto prazo. Um caso de inovação e sucesso empresarial 'made in Portugal' que tem a ambição de crescer - como cogumelos.
Gumelo: www.gumelo.com
Data: 15/03/2013
Publicação: DIÁRIO ECONÓMICO
Autor: MAFALDA DE AVELAR
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Até os números têm limites. É esse alerta que o catedrático Pedro Nogueira Ramos tenta deixar com este novo livro sobre as estatísticas e as suas leituras.
Este livro não é só sobre estatísticas, é sobretudo sobre a interpretação das estatísticas". É assim que Pedro Nogueira Ramos, economista e professor catedrático de Economia da Universidade de Coimbra, apresenta o seu livro 'Torturem os Números que Eles Confessam: Sobre o mau uso e abuso das Estatísticas em Portugal, e não só'. Com o carimbo da Almedina, histórica editora de Coimbra, esta obra agora lançada começa por apresentar a importância da estatística, área em que o autor trabalhou durante mais de uma década e que encara como "um instrumento de progresso social".
Para Nogueira Ramos, o problema que existe actualmente não reside nas estatísticas - que considera muito importantes -, mas sim na interpretação das estatísticas. Denunciado o mau uso dos números e a sua interpretação "às vezes nociva", o professor, que foi o convidado do programa 'Ideias em Estante' (que pode ser visto no ETV), defende que "os números têm várias interpretações, apesar de muitas vezes no debate público não ser essa a leitura". Sendo um académico, que já trabalhou na produção de estatísticas, Nogueira Ramos tem um currículo recheado de experiência à volta dos números e, em especial, da estatística. Trabalhou para o Instituto Nacional de Estatística (INE), foi director das Contas Nacionais e membro da Comissão para a Análise das Contas Públicas (presidida por Vítor Constâncio), função que exerceu quando foi determinado o défice público de 2001. Foi ainda consultor do Eurostat.
Uma prática alargada que, somada às suas funções académicas, o levou a escrever esta obra. "Da conjunção dessas duas experiências surgiu-me a consciência de que as estatísticas não são números incontestáveis", refere o autor em entrevista. E, por isso, acrescenta, "há vários olhares sobre a mesma realidade. Assim como há várias interpretações para os números da estatística". E esse facto tem de ser levado em conta na hora de analisar e divulgar. "A estatística não é, nem pode ser colocada, ao serviço da publicidade, seja de empresas, estados ou ideologias." Sobre esta temática, alega o autor, "há, por exemplo, um número extremamente curioso: o desemprego jovem. Este indicador - que tem variado de trimestre para trimestre - tem sido colocado entre 35 e 40%..." Ou seja, "não é um abuso afirmar que jovens são só aqueles que têm menos de 25 anos'", questiona o autor, colocando de imediato outra questão: "Com que idade se licenciam os jovens portugueses?".
Dando força ao que pretende mostrar, afirma que a taxa de desemprego na faixa dos 25-34 anos "é ligeiramente superior à média do país - rondará 18 ou 19%". Existem muitos outros casos e, no que toca à distribuição de rendimento, há muito a falar. "Aquilo que este livro procura acrescentar à discussão, que já se faz neste momento entre os economistas a nível mundial no que respeita à distribuição de rendimento, é que importa olhar para a desigual distribuição de rendimento entre as famílias. Há outro factor que tem sido esquecido: nem todo o rendimento é distribuído às famílias. E todos os estudos internacionais de distribuição de rendimento, todas as estatísticas internacionais, com coisas que os não-economistas nunca ouviram falar, mas que aos economistas é muito familiar (como o coeficiente de Gini), tudo isso respeita exclusivamente ao rendimento distribuído às famílias".
Há outro factor que, para o autor, induz muita desigualdade na distribuição de rendimento: "É o facto de muito rendimento não ser distribuído às famílias, é mantido na posse de empresas, o que significa que as empresas valem mais, que os seus proprietários são mais ricos, mas não usufruem de rendimento. Conclui o autor que "o rendimento não distribuído às famílias é um elemento fundamental para compreendermos a desigualdade na distribuição do rendimento e não é tido em conta, por regra, nas estatísticas internacionais". É apenas um exemplo de muita dessa 'maquilhagem' dos números, às vezes colocada simplesmente por ignorância, outras com objectivos concretos, e que dá força a uma das frases usadas por Nogueira Ramos, para descrever esta obra: "Este não é um livro contra os números, mas sobre os limites dos números."
Este artigo foi publicado na coluna "Ideias em Estante" dia 15/03/2013 no Diário Económico.
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Parabéns (meu querido) Pai! :)
Neste dia, e para todos os pais, recém-editadas sugestões de leitura. Para todos os gostos... e, interesses:)!
1) "Vou ser Pai - O guia de gravidez para os Homens que as Mulheres também vão querer ler"( Marcador), de Mário Cordeiro
Entrevista ao autor, Mário Cordeiro, realizada pela Lusa e disponível no Sapo Crescer, aqui http://crescer.sapo.pt/atualidade/noticias/livro-do-pediatra-mario-cordeiro-mostra-aos-pais-que-os-homens-tambem-ficam-gravidos
2) " O pai mais horrível do mundo" (A Esfera dos Livros)de João Miguel Tavares
3) "A Crise, a Família e a Crise em Família", de Mónica Leal da Silva (FFMS)
4) "O livro das Horas", de Nélida Piñon (Temas e Debates)
5) "A China e a corrida aos recursos", de Dambisa Moyo ( Bertrand)
Caros Leitores,
Recorro a vós e ao vosso know how!
Vou começar a dedicar um espaço - neste meu blog e em www.livrosavoltadomundo.blogs.sapo.pt - aos jovens empreendedores!
Muito agradeço, por isso, que me enviem sugestões de casos para mafalda.avelar@gmail.com.
Hoje foi publicado no DE o primeiro.
O biólogo que faz nascer cogumelos em borras de café
http://economico.sapo.pt/noticias/o-biologo-que-faz-nascer-cogumelos-de-borras-de-cafe_164887.html
Muito obrigada!
Mafalda
Papa Francisco é, para começar, um nome fantástico! Uma escolha de um nome com muita ideologia na sua base. E espiritualidade.
São Francisco de Assis, São Francisco de Xavier, Jesuítas, Argentina, América do Sul. Tudo excelentes ingredientes nesta escolha humana, que pretende estimular a crença divina.
Abertura (também à mudança), crença, compreensão, horizonte, força. (Quase) Tudo o que os fiéis procuram nestes momentos, também de crise, para alimentar a sua fé.
Por tudo isso: Boa sorte Papa!
Leia algumas frases do Papa Francisco, hoje, apresentadas numa edição do brasileiro Globo. com.
"Pouco a pouco nos acostumamos a ouvir e a ver, através dos meios de comunicação, a crônica negra da sociedade contemporânea [...] O império do dinheiro, com seus efeitos demoníacos como as drogas, a corrupção, o tráfico de pessoas (incluindo de crianças), junto com a miséria material e moral são frequentes".
Discurso durante o período da Quaresma.
"A escravidão não está abolida e, nesta cidade [Buenos Aires], a escravidão está na ordem do dia de diversas formas. Nesta cidade se emprega trabalhadores clandestinos [...] A destruição do trabalho digno, as emigrações dolorosas e a falta de um futuro também se unem a esta sinfonia".
Discurso do Dia da Luta Contra o Tráfico de Pessoas.
"A dívida social é uma acumulação de privações e carências em distintas dimensões. É uma violação de direitose aponta diretamente contra a dignidade humana. A dívida social no país [Argentina] é imoral, injusta e ilegítima".
Em discurso à TV aberta, em 2009.
"Nós vivemos na parte do mundo mais desigual. A distribuição desigual de bens continua, criando uma situação de pecado social que clama ao céu e limita as possibilidades de uma vida mais plena para muitos de nossos irmãos".
Discurso na reunião de Bispos Latino Americanos, em 2007.
"Temos que evitar a doença espiritual de uma igreja auto-referencial. Se a igreja permanece fechada em si mesma, ela fica velha. Entre uma igreja que sofre acidentes na rua e uma igreja que está doente porque é auto-referencial, não tenho dúvidas sobre preferir a primeira [opção]".
Durante conversa recente, pré-conclave.
-- mais polémicas:
"Não sejamos ingênuos, não se trata de uma simples luta política. É uma pretensão destrutiva ao plano de Deus. Não se trata de um mero projeto legislativo, é apenas o sinal de uma mentira que pretende confundir e enganar aos filhos de Deus".
Carta de repúdio a projeto de casamento gay enviada aos monastérios de Buenos Aires.
"O aborto nunca é uma solução. Ao falar de uma mãe grávida, falamos de duas vidas, e ambas devem ser preservadas e respeitadas, pois a vida é de um valor absoluto".
Documento entregue a Conferência Episcopal Argentina.
"UM PRESIDENTE EM TEMPOS DE CRISE"
Uma crise anunciada
Nos últimos dois anos, as palavras “crise”, “troika” e “austeridade” entraram no vocabulário quotidiano dos Portugueses, surgindo com frequência crescente na linguagem da comunicação social, dos agentes políticos e sociais e, bem assim, dos comentadores e analistas da realidade nacional.
No início de 2011, o País chegou a uma situação de emergência económica e financeira. Era flagrante a total impossibilidade de assegurar o normal financiamento do Estado e da economia. O Governo viu-se obrigado, em abril desse ano, a formalizar um pedido de assistência financeira à Comissão Europeia e ao Fundo Monetário Internacional, entidades que instituíram a chamada “troika”, uma missão tripartida integrada por técnicos da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu, com vista a analisar, acompanhar e avaliar a situação económica e financeira de Portugal.
Nos termos do acordo celebrado com a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional, Portugal recebia, a título de empréstimo, 78 mil milhões de euros, ao longo de 3 anos, e comprometia-se a executar um vasto e exigente programa de ajustamento visando reduzir o défice das contas públicas, melhorar a competitividade da economia e reforçar a estabilidade do sistema financeiro. Do programa faziam parte medidas que impunham pesados sacrifícios às famílias portuguesas, como a redução dos salários da função pública e das pensões, aumentos de impostos e de preços de serviços públicos e uma diminuição das prestações e apoios sociais."
Leia aqui o prefácio na íntegra.
TOP 10 Económico
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de 25 de fevereiro a 3 de março de 2013
1
As 10 Questões da Recuperação
João César das Neves/ D. Quixote
Entrevista ao autor disponível aqui
2
Basta!
Camilo Lourenço/Matéria- Prima
Entrevista ao autor disponível aqui
3
A Atitude faz a Diferença
John Maxwell/SmartBook
4
Nós Podemos!
Jacques Généreux/Clube de Autor
5
SNC - Sistema de Normalização
Ana Maria Rodrigues/Almedina
6
O credor toca sempre duas vezes
Nuno Vieira da Silva/Esfera dos Livros
Entrevista ao autor aqui
7
Dale Canergie - Comunicar com Sucesso
Canergie Associates/PrimeBooks
8
Quem Mexeu no Meu Queijo
SpencerJohnson/Pergaminho
9
Steve Jobs
Walter Isaacson/Objectiva
10
It´s not how Good You Are
Paul Arden/Phaidon
"Qual será o futuro dos Festivais de Música em Portugal?" é uma das questões que faz parte da segunda edição do Talkfest´2013 - Fórum Sobre o Futuro dos Festivais de Música em Portugal.
Ricardo Bramão, um dos mentores deste projecto, apresenta o projecto e fala sobre "o que é ser empreendedor" em Portugal.
Veja a entrevista "Ideias em Estante".
(Como apontamento: o livro "de economia e gestão" escolhido pelo convidado é: "Manual de Gestão Transcultural de Recursos Humanos"(Editora RH), de Miguel Pina e Cunha, Arménio Rego "
Não é novo. Mas é digno de registo.
Ora Leia!
"We’ve seen the future and it works"
‘The Trend Forecaster’s Handbook’ in Big Active Blog
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de 18 a 24 de fevereiro de 2013
1
As 10 Questões da Recuperação
João César das Neves/ D. Quixote
Entrevista ao autor disponível aqui
2
Basta!
Camilo Lourenço/Matéria- Prima
Entrevista ao autor disponível aqui
3
Porque Falham as Nações
Daron Acemoglu e James A. Robinson/Temas e Debates
4
SNC - Sistema de Normalização
V.A./Porto Editora
5
Dale Canergie - Comunicar com Sucesso
Canergie Associates/PrimeBooks
6
Torturem os números que Eles Confessam
Pedro Nogueira Ramos/ Almedina
Entrevista ao autor disponível na próxima semana
7
Quem Mexeu no Meu Queijo
SpencerJohnson/Pergaminho
8
Criar Modelos de Negócio
Alexander Yve/Dom Quixote
9
O Livro das Decisões
Mikael Krogerus/Marcador
10
Atitude Uame
Ana Teresa Penim e João Alberto Catalão/ SmartBooks
Este top foi publicado na coluna "Ideias em Estante", publicada às sextas-feiras no Diário Económico.
O Top Económico apresenta as obras de Economia e Gestão mais vendidas. É elaborado com a colaboração da Almedina, Babel, Barata, Bertrand, Book.it, Bulhosa e Fnac.