“Portugal: Dívida Pública e Défice Democrático”, de Paulo Trigo Pereira, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, venceu a primeira edição do Prémio “Melhor Livro de Economia e Gestão de 2012” do Económico.
Dedicado a Agostinho da Silva (“homem livre e solidário”), Paulo Trigo Pereira escreve este ensaio com base num argumento central: os problemas das finanças públicas derivam da fraca qualidade da democracia.
“O principal objectivo deste ensaio é dar resposta a duas questões que condensam as suas duas partes. Primeiro, porque chegamos ao ponto a que chegámos de insustentabilidade das finanças públicas e de necessidade de impor sacrifícios acrescidos aos portugueses com cortes de salários e de pensões e subidas de impostos, além da necessidade de vender, esperemos que não ao desbarato, parte significativa do património do Estado? Segundo, porque tendem as democracias a produzir défices e que reformas de natureza institucional são necessárias para um renascimento da democracia que sustente o desenvolvimento económico e em que a soberania politica volte, duradouramente, a pertencer aos portugueses?”, escreve o autor na nota introdutória deste livro.
"O Melhor Livro de Economia e Gestão do Ano", é uma iniciativa do Diário Económico, em parceria com o BES e a Fundação Manuel Violante e com o apoio institucional do centro NOVAFRICA e do Grémio Literário.
A decisão final foi ontem tomada pelo Júri, que se reuniu uma vez mais no Grémio Literário, em Lisboa, após leitura, avaliação e debate de várias obras publicadas por autores portugueses, em 2012.
O Júri é constituído por sete especialistas de três áreas: economia, gestão e edição.
Francisco Murteira Nabo (economista), Francisco Veloso (director da Católica Lisbon School of Business and Economics), Guilhermina Gomes (directora editorial do Círculo de Leitores e da Temas e Debates), José Ferreira Machado (director da Nova School of Business and Economics), José Silva Lopes (economista), Pedro Mendonça (Senior Partner da Mckinsey) e Rui Leão Martinho (Bastonário da Ordem dos Economistas) são os elementos do Júri, que é presidido por António Costa (director do Diário Económico).
Esta iniciativa destina-se a premiar, anualmente, uma obra original publicada em Portugal de autores portugueses que se enquadre na categoria de “Não ficção” e na subcategoria de “Economia e Gestão”. O vencedor receberá 5 mil euros.
Sobre o autor: Paulo Trigo Pereira
Professor no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, Paulo Trigo Pereira, 54 anos, dedica-se ao estudo das finanças públicas, da economia das instituições e dos sistemas eleitorais. Com grande actividade cívica participa em várias instituições - nomeadamente na DECO e na recém-lançada think tank Institute of Public Policy Thomas Jefferson-Correia da Serra.
Doutorado na Universidade de Leicester, e tendo sido investigador de algumas universidades estrangeiras, Trigo Pereira foi coordenador do mestrado em Economia e Políticas Públicas do ISEG. Autor de vários 'papers' académicos, este é o seu quinto livro.
“Portugal: Dívida Pública e Défice Democrático”, Paulo Trigo Pereira (FFMS), 127 páginas, 5 euros
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